Dois importantes trabalhos científicos publicados pelos Peritos Criminais Bioquímicos Bruna de Souza Boff e Jair Silveira Filho, do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina (IGP/SC), sobre a composição encontrada nas drogas sintéticas LSD e Ecstasy, tiveram destaque internacional e foram publicados em periódicos de maior fator de impacto no mundo, na área de Ciências Forenses.
“A publicação destes dados é inédita em âmbito estadual brasileiro e de extrema importância nacional e internacionalmente, bem como para os usuários, que estão expostos a estas substâncias e/ou misturas delas que podem inclusive, ser fatais”, declarou a perita Bruna de Souza Boff.
O primeiro artigo intitulado “Prevalência de Novas Substâncias Psicoativas (NPS) sobre o LSD em blotters (selos) apreendidos em Santa Catarina, Brasil: um estudo retrospectivo de seis anos”, com publicação na revista científica Forensic Science International em janeiro de 2020, mostrou que durante o período avaliado (2011 a 2017), foram detectadas até 25 substâncias diferentes nos blotters apreendidos. Enquanto em 2011 100% dos blotters continham apenas LSD, em 2014 menos de 1% continha esta substância. Em alguns casos, mais de uma substância foi encontrada no mesmo selo, caracterizando um novo cenário de mistura e a presença de substâncias potencialmente letais, como o fentanil.
Ecstasy
O outro artigo publicado pelos mesmos peritos no Journal of Forensic Science, em maio deste ano, também revelou a presença de novas substâncias psicoativas na droga sintética Ecstasy. No estudo, foram analisados os comprimidos produzidos clandestinamente, apreendidos pela polícia em Santa Catarina no período de 2011 a 2017.
Durante o período do estudo, ocorreram 3472 apreensões, o que resultou no total de 498.443 comprimidos apreendidos. Setenta e nove substâncias foram identificadas. No ano de 2011, cerca de 90% dos comprimidos continham apenas MDMA (metilenodioximetanfetamina), esse número diminuiu para 66,6% em 2017. Por outro lado, houve um aumento no número de comprimidos que continham principalmente catinonas sintéticas, bem como derivados de triptamina e piperazina.
O trabalho contou com a ajuda da Perita Criminal Bioquímica Karina Nonemacher e das Auxiliares de Laboratório de Pericia Samilla D. Schroeder e Kettulin Rezin, que auxiliaram na compilação dos dados e na revisão dos dois artigos.
Texto: Assessoria de Comunicação IGP/SC